Para combater crimes cibernéticos que envolvem principalmente a aplicação de golpes, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (PCMS) criou uma nova delegacia especializada nesse delito, o qual, nos últimos anos, é um dos que mais cresceu no Estado.
A Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (Dercc), de acordo com a PCMS, visa enfrentar o crescente número de golpes e crimes cometidos por meios digitais em todo o Estado.
De acordo com o delegado-geral da PCMS, Lupérsio Degerone Lúcio, que também foi o idealizador da nova delegacia, a criação dessa unidade deve ampliar a capacidade de investigação de crimes que ocorrem pela internet, no qual, em muitas ocasiões, os autores de golpes, por exemplo, são oriundos de outros estados.
“É uma necessidade que vai ao encontro da demanda da população sul-mato-grossense, tendo em vista o exponencial crescimento de crimes dessa natureza. Por muitas vezes, a vítima reside em Mato Grosso do Sul e os autores estão em outros estados. Isso exige um fortalecimento da instituição para combater esses crimes com eficiência”, explicou Lúcio.
A constituição da nova delegacia terá jurisdição em todo o Estado. Conforme informa o decreto da criação da nova unidade, a Dercc focará na investigação de infrações penais praticadas com o uso de recursos tecnológicos ou da internet.
Entre os crimes a serem combatidos estão os de natureza econômica e patrimonial, bem como aqueles que atentam contra a honra e a liberdade individual por meio cibernético.
“A criação da Dercc demonstra uma evolução da Polícia Civil. Hoje, dificilmente há quem não tenha sido vítima ou alvo, ao menos em tentativa, de crimes cibernéticos. Vamos capacitar nossos servidores para atender bem à população e investigar com eficácia”, destacou Lúcio.
Na edição de segunda-feira do Diário Oficial do Estado, a criação da nova delegacia foi oficializada, ficando hierarquicamente vinculada ao Departamento de Polícia Especializada (DPE) da PCMS.
A previsão é de que a nova unidade seja inaugurada ainda neste ano. O delegado titular que assumirá a Dercc, de acordo com a corporação policial, ainda não foi nomeado.
GOLPES
Segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o número de crimes de estelionato – no qual estão incluídos os golpes aplicados por meio da internet – estão crescendo anualmente desde 2019.
No ano passado, foram contabilizados 13.752 casos de estelionato em Mato Grosso do Sul – a seis anos atrás, o número de ocorrências desse tipo de delito no Estado era de 5.196. Ou seja, houve um aumento de 164% nos registros.
Neste ano, até este mês, foram registrados 3.580 casos de estelionato. Em comparação com o mesmo período de 2024, as ocorrências sofreram uma queda, uma vez que no ano passado houve 4.829 registros nos quatro primeiros meses do ano.
Os ocorridos envolvem diversas formas de abordagem e – conforme notícia vinculada em reportagem do Correio do Estado – entre elas está o golpe do falso médico, em que casos do tipo foram registrados na PCMS.
De acordo com boletins de ocorrências, pelo menos dois golpes do falso médico chegaram ao conhecimento da polícia no fim de janeiro. Os golpistas entraram em contato com as vítimas por meio de aplicativo de mensagens informando ser um médico, enquanto em outro registro os criminosos disseram ser de um setor da Santa Casa de Campo Grande.
Em um desses casos, o golpista afirmou que o paciente – parente da vítima do golpe – havia adquirido uma bactéria cujos exames não eram cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que, para realizar os devidos procedimentos médicos, a vítima deveria enviar o valor de R$ 4.930,00.
Nessas situações apuradas por delegacias da região, e não por uma unidade especializada, uma das possíveis linhas investigativas sobre como esses golpistas conseguem o contato com familiares de pacientes é o vazamento de dados hospitalares de prontuários médicos.
“A polícia considera a possibilidade de vazamentos de dados quando investiga esse tipo de golpe. É possível que existam indícios de conluio entre os criminosos e funcionários ou prestadores de serviços que têm acesso aos sistemas internos dos hospitais. A Lei Geral de Proteção de Dados [LGPD] tem um papel importante, pois os dados de saúde são considerados sensíveis e devem ser protegidos com rigor”, disse o delegado Rodrigo Alencar Machado Camapum, na época.
Outra fonte de golpe são as mensagens de texto, tanto por aplicativo de conversa (WhatsApp, por exemplo) como por SMS. Encomendas não solicitadas retidas pela Receita Federal ou oportunidades de receber dinheiro fácil são costumeiramente recebidas pela população – e basta um clique para ser enganado.
Fonte: Correio do EstadoPara combater crimes cibernéticos que envolvem principalmente a aplicação de golpes, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (PCMS) criou uma nova delegacia especializada nesse delito, o qual, nos últimos anos, é um dos que mais cresceu no Estado.
A Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (Dercc), de acordo com a PCMS, visa enfrentar o crescente número de golpes e crimes cometidos por meios digitais em todo o Estado.
De acordo com o delegado-geral da PCMS, Lupérsio Degerone Lúcio, que também foi o idealizador da nova delegacia, a criação dessa unidade deve ampliar a capacidade de investigação de crimes que ocorrem pela internet, no qual, em muitas ocasiões, os autores de golpes, por exemplo, são oriundos de outros estados.
“É uma necessidade que vai ao encontro da demanda da população sul-mato-grossense, tendo em vista o exponencial crescimento de crimes dessa natureza. Por muitas vezes, a vítima reside em Mato Grosso do Sul e os autores estão em outros estados. Isso exige um fortalecimento da instituição para combater esses crimes com eficiência”, explicou Lúcio.
A constituição da nova delegacia terá jurisdição em todo o Estado. Conforme informa o decreto da criação da nova unidade, a Dercc focará na investigação de infrações penais praticadas com o uso de recursos tecnológicos ou da internet.
Entre os crimes a serem combatidos estão os de natureza econômica e patrimonial, bem como aqueles que atentam contra a honra e a liberdade individual por meio cibernético.
“A criação da Dercc demonstra uma evolução da Polícia Civil. Hoje, dificilmente há quem não tenha sido vítima ou alvo, ao menos em tentativa, de crimes cibernéticos. Vamos capacitar nossos servidores para atender bem à população e investigar com eficácia”, destacou Lúcio.
Na edição de segunda-feira do Diário Oficial do Estado, a criação da nova delegacia foi oficializada, ficando hierarquicamente vinculada ao Departamento de Polícia Especializada (DPE) da PCMS.
A previsão é de que a nova unidade seja inaugurada ainda neste ano. O delegado titular que assumirá a Dercc, de acordo com a corporação policial, ainda não foi nomeado.
GOLPES
Segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o número de crimes de estelionato – no qual estão incluídos os golpes aplicados por meio da internet – estão crescendo anualmente desde 2019.
No ano passado, foram contabilizados 13.752 casos de estelionato em Mato Grosso do Sul – a seis anos atrás, o número de ocorrências desse tipo de delito no Estado era de 5.196. Ou seja, houve um aumento de 164% nos registros.
Neste ano, até este mês, foram registrados 3.580 casos de estelionato. Em comparação com o mesmo período de 2024, as ocorrências sofreram uma queda, uma vez que no ano passado houve 4.829 registros nos quatro primeiros meses do ano.
Os ocorridos envolvem diversas formas de abordagem e – conforme notícia vinculada em reportagem do Correio do Estado – entre elas está o golpe do falso médico, em que casos do tipo foram registrados na PCMS.
De acordo com boletins de ocorrências, pelo menos dois golpes do falso médico chegaram ao conhecimento da polícia no fim de janeiro. Os golpistas entraram em contato com as vítimas por meio de aplicativo de mensagens informando ser um médico, enquanto em outro registro os criminosos disseram ser de um setor da Santa Casa de Campo Grande.
Em um desses casos, o golpista afirmou que o paciente – parente da vítima do golpe – havia adquirido uma bactéria cujos exames não eram cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que, para realizar os devidos procedimentos médicos, a vítima deveria enviar o valor de R$ 4.930,00.
Nessas situações apuradas por delegacias da região, e não por uma unidade especializada, uma das possíveis linhas investigativas sobre como esses golpistas conseguem o contato com familiares de pacientes é o vazamento de dados hospitalares de prontuários médicos.
“A polícia considera a possibilidade de vazamentos de dados quando investiga esse tipo de golpe. É possível que existam indícios de conluio entre os criminosos e funcionários ou prestadores de serviços que têm acesso aos sistemas internos dos hospitais. A Lei Geral de Proteção de Dados [LGPD] tem um papel importante, pois os dados de saúde são considerados sensíveis e devem ser protegidos com rigor”, disse o delegado Rodrigo Alencar Machado Camapum, na época.
Outra fonte de golpe são as mensagens de texto, tanto por aplicativo de conversa (WhatsApp, por exemplo) como por SMS. Encomendas não solicitadas retidas pela Receita Federal ou oportunidades de receber dinheiro fácil são costumeiramente recebidas pela população – e basta um clique para ser enganado.