Como previsto pelos meteorologistas, o frio e a chuva tão aguardada, chegaram em Mato Grosso do Sul, o alívio toma conta dos sul-mato-grossenses que se queixavam dos dias secos e da baixa umidade do ar. A previsão é que as temperaturas fiquem baixas até domingo (11), dia dos pais. Além de se preocupar em se agasalhar bem, redobrar alguns cuidados com a saúde é fundamental.
Isso porque as baixas temperaturas aumentam em 30% os riscos de doenças cardiovasculares. Isso acontece porque com o objetivo de regular a temperatura corporal e manter o equilíbrio, o organismo faz a contração dos vasos sanguíneos.
Para explicar como isso acontece, os cuidados que você precisa tomar e como prevenir o Capital News conversou com a cardiologista Amanda. Especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC , Amanda fez residência em clínica médica pelo Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian e Residência em Cardiologia pelo Hospital do Coração – HCOR.
Atualmente ela é cardiologista do corpo clínico da Unidade coronariana do Hospital Unimed de Campo Grande – MS e diretora executiva do ICC - Instituto de Cardiologia Campo Grande, Campo Grande, MS - Brasil.
1. Capital News: É verdade que aumentam os riscos de infarto no inverno?
Amanda Benfatti: Sim, existe um aumento do risco de infarto no inverno, é uma probabilidade de cerca de 30% de aumento de risco, de aumento do número de casos, se comparado a outras épocas do ano.
2. Capital News: E por que acontece isso?
Amanda Benfatti: Isso acontece porque no inverno, as extremidades do nosso corpo, as mãos, os pés, então tem uma tendência a fazer uma constrição dos vasos sanguíneos, para manter a temperatura corporal, manter a temperatura do corpo adequada. Isso faz com que o nosso coração aumente a demanda de sangue, sobrecarregando as artérias do coração podendo levar a um infarto.
3. Capital News: E o que é o infarto?
Amanda Benfatti: O infarto é o entupimento das artérias do coração. Também chamado de infarto agudo do miocárdio, o infarto é um ataque cardíaco em que o coração tem seu fluxo sanguíneo bloqueado de alguma forma (por uma placa de gordura ou um coágulo, por exemplo).
4. Capital News: É preciso redobrar a atenção no inverno?
Amanda Benfatti: Com certeza. Às vezes a pessoa já tem alguma placa de gordura e esse aumento da demanda pode fazer com que desencadeie um infarto ou uma angina que é a dor no peito. Então, tem que tomar muito cuidado agora no inverno, principalmente as pessoas que têm maior risco.
5. Capital News: Como prevenir o infarto?
Amanda Benfatti: Para prevenir o infarto os principais fatores que as pessoas precisam ter em mente é que tem que manter os hábitos de vida saudáveis, então manter a prática de atividade física. Quem não faz atividade física? Fazer uma avaliação médica antes de começar.
Além disso, manter uma alimentação saudável, rica em frutas, legumes, verduras, não comer fritura nem gordura, pouco sal, dormir adequadamente, de sete a nove horas de sono, não fumar, isso porque o tabagismo aumenta o risco de infarto, redução de estresse e evitar mudanças bruscas de temperatura.
6. Capital News: O que a mudança brusca de temperatura pode fazer no organismo?
Amanda Benfatti: Então, quando a pessoa está em um lugar muito quente, por exemplo dentro de casa, e sai ao ar livre com essa temperatura muito fria, essa diferença, pode levar a uma constrição dos vasos subitamente e aí sim desencadear um infarto. Então cuidado! Quando for fazer atividade física, se agasalhar bem, estar sempre hidratado isso vai ajudar a reduzir a ocorrência.
7. Capital News: Existem grupos mais propensos?
Amanda Benfatti: Existe sim uma população que é mais propensa, são as pessoas que têm fatores de risco para as doenças cardiovasculares. São pessoas sedentárias, que possuem obesidade, pressão alta, diabetes, colesterol alto e pessoas tabagistas. Essa população tem mais risco de ter infarto do que as pessoas que não têm nenhum desses fatores de risco.
Um outro fator importante é a idade acima de 45 anos e antecedentes familiares de infarto, que são pais ou irmãos de primeiro grau que tenham tido problemas cardíacos como infarto ou algum entupimento na artéria do coração.
8. Capital News: É verdade que a probabilidade de infarto é maior em homens que em mulheres?
Amanda Benfatti: Sim, a probabilidade no homem é maior, que com a mulher. Até os 55 anos ela está mais protegida e depois dessa idade, na menopausa, do climatério, essa probabilidade se iguala ao homem com uma observação importante, a mortalidade é maior na mulher.
Isso acontece porque, muitas vezes, os sintomas na mulher são sintomas atípicos, ou seja, o que faz ela nem sempre procurar ajuda médica. Por isso o reforço é importante, ao primeiro sinal de alteração, tanto no homem quanto na mulher, e em especial na população de risco, procurar ajuda médica e avaliação médica.
9. Capital News: Não quero deixar minha rotina, mas como devo proceder
Amanda Benfatti: No período do inverno, a gente recomenda que mantenha a prática de exercício regular, que use roupas para aquecer e que a alimentação seja sempre saudável. A pessoa pode beber bebidas mais quentes para aquecer o corpo, mas sempre busque uma alimentação equilibrada para manter os hábitos de vida saudável e evitar ganho de peso, porque o excesso também faz mal para o coração.
10. Capital News: Existe uma quantidade ideal de atividade física?
Amanda Benfatti: O ideal é que se faça pelo 150 minutos de atividade física por semana, equivale a 2 horas 30 minutos e que seja regularmente e se possível intercalando com aeróbico e ganho de massa.
11. Capital News: Algum cuidado especial para a população idosa?
Amanda Benfatti: Em relação à população idosa, que é uma população mais frágil temos que ter um cuidado dobrado, isso porque eles podem ter uma hipotermia, ou seja, baixar muito a temperatura do corpo. As recomendações são as mesmas, mas com atenção a quantidade de água que eles ingerem. Muitos não bebem água.
12. Capital News: Sinais de alerta que devo buscar ajuda médica?
Amanda Benfatti: Os principais sintomas são dor no peito, um aperto, geralmente desencadeado por um estresse físico ou estresse psicológico. Essa dor pode se irradiar para o braço esquerdo ou para a mandíbula ou para o pescoço, pode estar acompanhada por tontura, ânsia de vômito, palidez, suor frio, o coração acelerado, tipo palpitação e sensação de desmaio,
Então esses sinais são sinais de alerta que possa estar tendo algum problema cardíaco, sempre que tiver algum tipo desse sintoma procurar ajuda médica imediatamente.
Fonte: CapitalNewsComo previsto pelos meteorologistas, o frio e a chuva tão aguardada, chegaram em Mato Grosso do Sul, o alívio toma conta dos sul-mato-grossenses que se queixavam dos dias secos e da baixa umidade do ar. A previsão é que as temperaturas fiquem baixas até domingo (11), dia dos pais. Além de se preocupar em se agasalhar bem, redobrar alguns cuidados com a saúde é fundamental.
Isso porque as baixas temperaturas aumentam em 30% os riscos de doenças cardiovasculares. Isso acontece porque com o objetivo de regular a temperatura corporal e manter o equilíbrio, o organismo faz a contração dos vasos sanguíneos.
Para explicar como isso acontece, os cuidados que você precisa tomar e como prevenir o Capital News conversou com a cardiologista Amanda. Especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC , Amanda fez residência em clínica médica pelo Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian e Residência em Cardiologia pelo Hospital do Coração – HCOR.
Atualmente ela é cardiologista do corpo clínico da Unidade coronariana do Hospital Unimed de Campo Grande – MS e diretora executiva do ICC - Instituto de Cardiologia Campo Grande, Campo Grande, MS - Brasil.
1. Capital News: É verdade que aumentam os riscos de infarto no inverno?
Amanda Benfatti: Sim, existe um aumento do risco de infarto no inverno, é uma probabilidade de cerca de 30% de aumento de risco, de aumento do número de casos, se comparado a outras épocas do ano.
2. Capital News: E por que acontece isso?
Amanda Benfatti: Isso acontece porque no inverno, as extremidades do nosso corpo, as mãos, os pés, então tem uma tendência a fazer uma constrição dos vasos sanguíneos, para manter a temperatura corporal, manter a temperatura do corpo adequada. Isso faz com que o nosso coração aumente a demanda de sangue, sobrecarregando as artérias do coração podendo levar a um infarto.
3. Capital News: E o que é o infarto?
Amanda Benfatti: O infarto é o entupimento das artérias do coração. Também chamado de infarto agudo do miocárdio, o infarto é um ataque cardíaco em que o coração tem seu fluxo sanguíneo bloqueado de alguma forma (por uma placa de gordura ou um coágulo, por exemplo).
4. Capital News: É preciso redobrar a atenção no inverno?
Amanda Benfatti: Com certeza. Às vezes a pessoa já tem alguma placa de gordura e esse aumento da demanda pode fazer com que desencadeie um infarto ou uma angina que é a dor no peito. Então, tem que tomar muito cuidado agora no inverno, principalmente as pessoas que têm maior risco.
5. Capital News: Como prevenir o infarto?
Amanda Benfatti: Para prevenir o infarto os principais fatores que as pessoas precisam ter em mente é que tem que manter os hábitos de vida saudáveis, então manter a prática de atividade física. Quem não faz atividade física? Fazer uma avaliação médica antes de começar.
Além disso, manter uma alimentação saudável, rica em frutas, legumes, verduras, não comer fritura nem gordura, pouco sal, dormir adequadamente, de sete a nove horas de sono, não fumar, isso porque o tabagismo aumenta o risco de infarto, redução de estresse e evitar mudanças bruscas de temperatura.
6. Capital News: O que a mudança brusca de temperatura pode fazer no organismo?
Amanda Benfatti: Então, quando a pessoa está em um lugar muito quente, por exemplo dentro de casa, e sai ao ar livre com essa temperatura muito fria, essa diferença, pode levar a uma constrição dos vasos subitamente e aí sim desencadear um infarto. Então cuidado! Quando for fazer atividade física, se agasalhar bem, estar sempre hidratado isso vai ajudar a reduzir a ocorrência.
7. Capital News: Existem grupos mais propensos?
Amanda Benfatti: Existe sim uma população que é mais propensa, são as pessoas que têm fatores de risco para as doenças cardiovasculares. São pessoas sedentárias, que possuem obesidade, pressão alta, diabetes, colesterol alto e pessoas tabagistas. Essa população tem mais risco de ter infarto do que as pessoas que não têm nenhum desses fatores de risco.
Um outro fator importante é a idade acima de 45 anos e antecedentes familiares de infarto, que são pais ou irmãos de primeiro grau que tenham tido problemas cardíacos como infarto ou algum entupimento na artéria do coração.
8. Capital News: É verdade que a probabilidade de infarto é maior em homens que em mulheres?
Amanda Benfatti: Sim, a probabilidade no homem é maior, que com a mulher. Até os 55 anos ela está mais protegida e depois dessa idade, na menopausa, do climatério, essa probabilidade se iguala ao homem com uma observação importante, a mortalidade é maior na mulher.
Isso acontece porque, muitas vezes, os sintomas na mulher são sintomas atípicos, ou seja, o que faz ela nem sempre procurar ajuda médica. Por isso o reforço é importante, ao primeiro sinal de alteração, tanto no homem quanto na mulher, e em especial na população de risco, procurar ajuda médica e avaliação médica.
9. Capital News: Não quero deixar minha rotina, mas como devo proceder
Amanda Benfatti: No período do inverno, a gente recomenda que mantenha a prática de exercício regular, que use roupas para aquecer e que a alimentação seja sempre saudável. A pessoa pode beber bebidas mais quentes para aquecer o corpo, mas sempre busque uma alimentação equilibrada para manter os hábitos de vida saudável e evitar ganho de peso, porque o excesso também faz mal para o coração.
10. Capital News: Existe uma quantidade ideal de atividade física?
Amanda Benfatti: O ideal é que se faça pelo 150 minutos de atividade física por semana, equivale a 2 horas 30 minutos e que seja regularmente e se possível intercalando com aeróbico e ganho de massa.
11. Capital News: Algum cuidado especial para a população idosa?
Amanda Benfatti: Em relação à população idosa, que é uma população mais frágil temos que ter um cuidado dobrado, isso porque eles podem ter uma hipotermia, ou seja, baixar muito a temperatura do corpo. As recomendações são as mesmas, mas com atenção a quantidade de água que eles ingerem. Muitos não bebem água.
12. Capital News: Sinais de alerta que devo buscar ajuda médica?
Amanda Benfatti: Os principais sintomas são dor no peito, um aperto, geralmente desencadeado por um estresse físico ou estresse psicológico. Essa dor pode se irradiar para o braço esquerdo ou para a mandíbula ou para o pescoço, pode estar acompanhada por tontura, ânsia de vômito, palidez, suor frio, o coração acelerado, tipo palpitação e sensação de desmaio,
Então esses sinais são sinais de alerta que possa estar tendo algum problema cardíaco, sempre que tiver algum tipo desse sintoma procurar ajuda médica imediatamente.