A arroba do boi rompeu a barreira de R$ 315 em Mato Grosso do Sul, ultrapassando o patamar mais elevado até então, que chegou a R$ 300 no mês anterior. O preço da carne bovina também acompanhou a tendência de elevação, apresentando um aumento de 9,48% no acumulado deste ano, conforme os dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O valor da arroba do gado registrado nesta semana não era aferido nesse patamar desde fevereiro de 2022, quando a arroba atingiu R$ 312. O aumento reflete uma recuperação no mercado físico, após dois anos e nove meses de desvalorização e oscilações no segmento do gado de corte.
O boi gordo acumula valorização de 52,91% no preço da arroba no intervalo de quatro meses. Em 10 de junho, a arroba estava cotada a R$ 206
e chegou ontem ao valor de R$ 315,63, uma valorização de R$ 109. Vale destacar que os preços considerados têm como base a cotação no mercado físico, com dados da Granos Corretora.
O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Guilherme Bumlai, ressalta que desde o início deste semestre já havia a expectativa de recuperação do preço da arroba do boi gordo nas principais praças do País.
“No início da seca, o movimento de baixa foi ocasionado pelo excesso de oferta de gado gordo aos frigoríficos, mas desde agosto houve o início de uma redução na oferta de gado terminado para os frigoríficos, que começaram a trabalhar com escalas cada vez mais curtas. Além disso, também houve sensível aumento nas exportações de carne pelo Brasil, alcançando novos e maiores mercados”, enfatiza.
Economista do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), Staney Barbosa Melo explica que as altas verificadas nos mercados da carne bovina refletem as dificuldades enfrentadas pela bovinocultura nos últimos dois anos.
“De abril de 2023 até julho deste ano, vimos uma queda abrupta nos preços pagos ao produtor rural, seguido de um período de estabilidade em patamares mais baixos, com poucas janelas de valorização. Isso ocorreu por conta de uma sobreoferta de animais oriundos do período da pandemia [de Covid-19], quando os preços do boi gordo superaram a barreira dos R$ 300 pela primeira vez”, salienta.
Melo pontua que, além da escassez de oferta de animais prontos para a venda, ocorre a disponibilidade menor de bois em confinamento no Estado. “Enquanto Mato Grosso concentra um total de 21% dos bovinos confinados, Mato Grosso do Sul concentra apenas 11%”, aponta.
Para o próximo ano, o economista projeta um cenário de elevação. “Por se tratar de uma atividade produtiva de ciclo longo, tais condições de mercado devem se manter ao menos ao longo de 2025”, analisa.
“Tudo indica que teremos no próximo ano um período de preços e custos mais elevados. Esse período deve estimular a retenção de fêmeas por parte dos produtores rurais, garantindo uma maior oferta de carne bovina no período seguinte”, diz.
Na ponta do consumidor final, a expectativa é de um aumento ainda maior nos preços da carne bovina, situação que já pode ser confirmada por meio dos últimos dados da inflação oficial do País – medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para Campo Grande, há uma elevação de 8,71%, superior à porcentagem nacional (5,81%).
Cortes como a ponta de peito obtiveram um aumento de 14,35% em outubro, como mostra o IPCA. A costela (13,25%), o patinho (9,46%), a alcatra (8,95%) o músculo (8,48%) e a capa de contrafilé (7,48%) também tiveram elevação.
Corroborando com o cenário de elevação, o quilo da carne vermelha de primeira subiu 9,48% até outubro. Dados do Dieese apontam que o quilo saiu de um custo médio de R$ 35,44 em janeiro para R$ 38,80 em outubro.
Melo detalha que quando a demanda de um produto é maior que a oferta, naturalmente os preços sobem. “Esse desequilíbrio ocorre pela conjunção de fatores como a melhora do poder de compra do brasileiro, a falta de oferta de alimentos e, claro, as questões climáticas”, afirma.
Em complemento ao especialista, o doutor em Economia Michel Constantino garante que os preços maiores internamente vão encarecer para o consumidor.
“No fim, você tem preços cada vez maiores. Com expectativas de que continuem produzindo mais, os preços tendem a aumentar um pouco mais”, analisa.
Ao longo deste ano, os preços da arroba do boi em Mato Grosso do Sul oscilaram significativamente no mercado físico.De acordo com a cotação da Granos Corretora, em janeiro, a arroba estava cotada a R$ 230,00 e desde então apresentou uma tendência de queda, atingindo R$ 221 em fevereiro e R$ 214,40 em março.
O valor continuou a diminuir, alcançando R$ 216,88 em junho, o ponto mais baixo do ano. A partir de agosto, o preço começou a se recuperar, subindo gradualmente para R$ 229,13, e em setembro foi parar na casa dos R$ 252,00. Essa alta acelerou nos meses seguintes, chegando a R$ 290 em outubro e atingindo a máxima até o momento (R$ 315,63), na terceira semana deste mês.
Fonte: Correio do EstadoA arroba do boi rompeu a barreira de R$ 315 em Mato Grosso do Sul, ultrapassando o patamar mais elevado até então, que chegou a R$ 300 no mês anterior. O preço da carne bovina também acompanhou a tendência de elevação, apresentando um aumento de 9,48% no acumulado deste ano, conforme os dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O valor da arroba do gado registrado nesta semana não era aferido nesse patamar desde fevereiro de 2022, quando a arroba atingiu R$ 312. O aumento reflete uma recuperação no mercado físico, após dois anos e nove meses de desvalorização e oscilações no segmento do gado de corte.
O boi gordo acumula valorização de 52,91% no preço da arroba no intervalo de quatro meses. Em 10 de junho, a arroba estava cotada a R$ 206
e chegou ontem ao valor de R$ 315,63, uma valorização de R$ 109. Vale destacar que os preços considerados têm como base a cotação no mercado físico, com dados da Granos Corretora.
O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Guilherme Bumlai, ressalta que desde o início deste semestre já havia a expectativa de recuperação do preço da arroba do boi gordo nas principais praças do País.
“No início da seca, o movimento de baixa foi ocasionado pelo excesso de oferta de gado gordo aos frigoríficos, mas desde agosto houve o início de uma redução na oferta de gado terminado para os frigoríficos, que começaram a trabalhar com escalas cada vez mais curtas. Além disso, também houve sensível aumento nas exportações de carne pelo Brasil, alcançando novos e maiores mercados”, enfatiza.
Economista do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), Staney Barbosa Melo explica que as altas verificadas nos mercados da carne bovina refletem as dificuldades enfrentadas pela bovinocultura nos últimos dois anos.
“De abril de 2023 até julho deste ano, vimos uma queda abrupta nos preços pagos ao produtor rural, seguido de um período de estabilidade em patamares mais baixos, com poucas janelas de valorização. Isso ocorreu por conta de uma sobreoferta de animais oriundos do período da pandemia [de Covid-19], quando os preços do boi gordo superaram a barreira dos R$ 300 pela primeira vez”, salienta.
Melo pontua que, além da escassez de oferta de animais prontos para a venda, ocorre a disponibilidade menor de bois em confinamento no Estado. “Enquanto Mato Grosso concentra um total de 21% dos bovinos confinados, Mato Grosso do Sul concentra apenas 11%”, aponta.
Para o próximo ano, o economista projeta um cenário de elevação. “Por se tratar de uma atividade produtiva de ciclo longo, tais condições de mercado devem se manter ao menos ao longo de 2025”, analisa.
“Tudo indica que teremos no próximo ano um período de preços e custos mais elevados. Esse período deve estimular a retenção de fêmeas por parte dos produtores rurais, garantindo uma maior oferta de carne bovina no período seguinte”, diz.
Na ponta do consumidor final, a expectativa é de um aumento ainda maior nos preços da carne bovina, situação que já pode ser confirmada por meio dos últimos dados da inflação oficial do País – medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para Campo Grande, há uma elevação de 8,71%, superior à porcentagem nacional (5,81%).
Cortes como a ponta de peito obtiveram um aumento de 14,35% em outubro, como mostra o IPCA. A costela (13,25%), o patinho (9,46%), a alcatra (8,95%) o músculo (8,48%) e a capa de contrafilé (7,48%) também tiveram elevação.
Corroborando com o cenário de elevação, o quilo da carne vermelha de primeira subiu 9,48% até outubro. Dados do Dieese apontam que o quilo saiu de um custo médio de R$ 35,44 em janeiro para R$ 38,80 em outubro.
Melo detalha que quando a demanda de um produto é maior que a oferta, naturalmente os preços sobem. “Esse desequilíbrio ocorre pela conjunção de fatores como a melhora do poder de compra do brasileiro, a falta de oferta de alimentos e, claro, as questões climáticas”, afirma.
Em complemento ao especialista, o doutor em Economia Michel Constantino garante que os preços maiores internamente vão encarecer para o consumidor.
“No fim, você tem preços cada vez maiores. Com expectativas de que continuem produzindo mais, os preços tendem a aumentar um pouco mais”, analisa.
Ao longo deste ano, os preços da arroba do boi em Mato Grosso do Sul oscilaram significativamente no mercado físico.De acordo com a cotação da Granos Corretora, em janeiro, a arroba estava cotada a R$ 230,00 e desde então apresentou uma tendência de queda, atingindo R$ 221 em fevereiro e R$ 214,40 em março.
O valor continuou a diminuir, alcançando R$ 216,88 em junho, o ponto mais baixo do ano. A partir de agosto, o preço começou a se recuperar, subindo gradualmente para R$ 229,13, e em setembro foi parar na casa dos R$ 252,00. Essa alta acelerou nos meses seguintes, chegando a R$ 290 em outubro e atingindo a máxima até o momento (R$ 315,63), na terceira semana deste mês.