Um grave conflito em território indígena Nhanderu Marangatu, no município de Antônio João, resultou na morte de Neri Guarani Kaiowá, de 23 anos, nesta quarta-feira (18). O jovem foi atingido por disparos durante um ataque à retomada indígena na Fazenda Barra, onde também uma mulher foi ferida na perna, e barracos foram destruídos. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os tiros que atingiram a vítima teriam partido de policiais militares. Testemunhas ainda afirmam que “mercenários” teriam agido ao lado da polícia durante o ataque à comunidade indígena.
O confronto, que começou na madrugada e se estendeu pela manhã, causou revolta entre os indígenas, que avançaram em direção ao local onde o corpo de Neri foi levado, intensificando a tensão. Novos confrontos surgiram quando a polícia tentou afastar o corpo da área. A Força Nacional, que deveria atuar na segurança da região, não estava presente no momento do incidente.
Ministério dos Povos Indígenas e Investigações
A morte de Neri Guarani Kaiowá gerou uma forte reação do Ministério dos Povos Indígenas. A ministra Sônia Guajajara contatou diretamente o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, solicitando o afastamento imediato do policial envolvido no disparo fatal, além de exigir sua responsabilização. O Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União também foram acionados para garantir que todas as medidas legais sejam tomadas.
O Ministério emitiu nota expressando "profundo pesar e indignação" pela perda de mais uma vida indígena em um conflito de terra, e destacou que enviará uma equipe ao local para acompanhar as investigações. A Polícia Federal foi chamada para periciar o corpo e investigar o caso, enquanto a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) também está conduzindo uma apuração. Em nota, a Funai lamentou a "brutalidade" do ataque e afirmou que está comprometida em garantir justiça.
Conflito pela Terra e Decisão Judicial
O conflito em Nhanderu Marangatu está inserido em uma disputa de longa data. A Terra Indígena foi homologada em 2005 para posse exclusiva do povo Guarani Kaiowá, mas a área segue judicializada, o que intensifica os conflitos com fazendeiros locais. Indígenas têm enfrentado dificuldades até para acessar água, enquanto a Justiça Federal manteve a decisão que autoriza o policiamento ostensivo para proteger propriedades privadas na região. No entanto, o juiz também determinou que o acesso dos indígenas ao córrego Estrelinha, principal fonte de água da comunidade, não deve ser impedido pelas forças de segurança.
O governador Eduardo Riedel lamentou o ocorrido, enfatizando que o Estado está empenhado em evitar novos confrontos. Ele destacou que o problema ultrapassa questões locais, estando relacionado a disputas de facções criminosas na região de fronteira com o Paraguai, mas reafirmou que o Estado cumprirá as decisões judiciais e garantirá a segurança tanto da comunidade indígena quanto dos fazendeiros.
Enquanto isso, a situação continua tensa, com denúncias de novos feridos e vídeos do confronto sendo divulgados por entidades indigenistas.
Fonte: Midiamax /capitalnews
Um grave conflito em território indígena Nhanderu Marangatu, no município de Antônio João, resultou na morte de Neri Guarani Kaiowá, de 23 anos, nesta quarta-feira (18). O jovem foi atingido por disparos durante um ataque à retomada indígena na Fazenda Barra, onde também uma mulher foi ferida na perna, e barracos foram destruídos. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os tiros que atingiram a vítima teriam partido de policiais militares. Testemunhas ainda afirmam que “mercenários” teriam agido ao lado da polícia durante o ataque à comunidade indígena.
O confronto, que começou na madrugada e se estendeu pela manhã, causou revolta entre os indígenas, que avançaram em direção ao local onde o corpo de Neri foi levado, intensificando a tensão. Novos confrontos surgiram quando a polícia tentou afastar o corpo da área. A Força Nacional, que deveria atuar na segurança da região, não estava presente no momento do incidente.
Ministério dos Povos Indígenas e Investigações
A morte de Neri Guarani Kaiowá gerou uma forte reação do Ministério dos Povos Indígenas. A ministra Sônia Guajajara contatou diretamente o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, solicitando o afastamento imediato do policial envolvido no disparo fatal, além de exigir sua responsabilização. O Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União também foram acionados para garantir que todas as medidas legais sejam tomadas.
O Ministério emitiu nota expressando "profundo pesar e indignação" pela perda de mais uma vida indígena em um conflito de terra, e destacou que enviará uma equipe ao local para acompanhar as investigações. A Polícia Federal foi chamada para periciar o corpo e investigar o caso, enquanto a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) também está conduzindo uma apuração. Em nota, a Funai lamentou a "brutalidade" do ataque e afirmou que está comprometida em garantir justiça.
Conflito pela Terra e Decisão Judicial
O conflito em Nhanderu Marangatu está inserido em uma disputa de longa data. A Terra Indígena foi homologada em 2005 para posse exclusiva do povo Guarani Kaiowá, mas a área segue judicializada, o que intensifica os conflitos com fazendeiros locais. Indígenas têm enfrentado dificuldades até para acessar água, enquanto a Justiça Federal manteve a decisão que autoriza o policiamento ostensivo para proteger propriedades privadas na região. No entanto, o juiz também determinou que o acesso dos indígenas ao córrego Estrelinha, principal fonte de água da comunidade, não deve ser impedido pelas forças de segurança.
O governador Eduardo Riedel lamentou o ocorrido, enfatizando que o Estado está empenhado em evitar novos confrontos. Ele destacou que o problema ultrapassa questões locais, estando relacionado a disputas de facções criminosas na região de fronteira com o Paraguai, mas reafirmou que o Estado cumprirá as decisões judiciais e garantirá a segurança tanto da comunidade indígena quanto dos fazendeiros.
Enquanto isso, a situação continua tensa, com denúncias de novos feridos e vídeos do confronto sendo divulgados por entidades indigenistas.