O terceiro prefeito mais popular nas redes sociais do Brasil é de Mato Grosso do Sul. Juliano Ferro, prefeito de Ivinhema, filiado ao PSDB de Reinaldo Azambuja, no auge da meia-idade, com 42 anos, não esconde que pretende galgar cargos com mais status e projeção na política. O objetivo dele é ser governador.
“Eu tenho um sonho de ser governador. Mas, se será em 2026, se será em 2030, só o tempo vai dizer”, afirmou, deixando um mistério que deve durar até o período pré-eleitoral.
Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, Juliano Ferro, que proclama ser “o prefeito mais louco do Brasil”, explica por que se tornou tão popular e por que hoje disputa eleições e os votos dos eleitores. “Eu entrei para a política porque tinha um mau gestor em Ivinhema”.
Juliano Ferro também demonstra ousadia, o que o leva a fazer jus ao apelido que deu a si mesmo. Mandou recado direto à gestão de seu correligionário Eduardo Riedel (PSDB), governador do Estado, e pediu a cabeça de seu desafeto, que também já foi tucano, Eder Uilson França Lima, o Tuta, seu antecessor na prefeitura, que atualmente tem cargo de comissão na Secretaria da Casa Civil, com um salário de R$ 24,7 mil.
“Se o governador nosso permanecer com um cara que está me atacando pelas costas, que está armando para cima de mim, então, não precisa de mim”, disparou.
Juliano, gostaríamos que contasse sua história para nós, sobretudo a anterior ao seu ingresso na política.
Eu sou nascido e criado em Ivinhema, sou filho da terra. Mas eu morei um tempo no Pará, quase cinco anos, na cidade de Belém. Quando eu saí de Ivinhema, eu já tinha uma loja de carros e também mexia com caminhão. Eu também tinha umas cinco lojas de carro, mexia com caminhão e também tinha montado uma empresa de reparo de veículos. Eu comprava carros para 80 garagistas lá em Belém do Pará, de onde eu repassava os carros para os estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná. E foi aí que eu morei lá. De lá de Belém eu voltei para Ivinhema, e foi quando entrei na política.
E como você entrou para a política?
Eu entrei para a política porque tinha um mau gestor em Ivinhema. Na época, o prefeito era o Eder Uilson, mais conhecido como Tuta. Ele estava no primeiro mandato dele e buscava a reeleição, e ao lado da minha casa tinha uma estrada em má conservação. Eu não conseguia entrar na minha casa por causa dessa estrada. Pois eu passei dois anos pedindo para ele arrumar a estrada, e ele não arrumou. Foi então que eu fiz um vídeo falando, e esse vídeo teve muito engajamento, as pessoas foram vendo, e então eu comecei a mostrar a realidade da cidade. Quando faltava 60 dias para aquela eleição, eu estava para voltar para Belém do Pará e o pessoal me procurou e falou: “Saia candidato”. Pois eu saí candidato e entrei na política, tudo isso, graças a um gestor ruim.
E hoje você tem uma grande aprovação na cidade?
Olha, eu fui reeleito com praticamente 82% dos votos. Isso mostra que o povo está conosco, e por quê? Porque hoje a população de Ivinhema não é mais boba. Você não pode mais chegar lá [ocupar um cargo público] e ir contando história bonita. Como prefeito de Ivinhema, a gente trabalha para a população e ela reconhece quem soma para o município. É igual para deputado estadual, federal, o governo... Hoje o povo sabe quem está ajudando no crescimento da cidade, quem está ajudando no desenvolvimento. Não é mais qualquer deputado que já tirou voto de lá e que agora volta sem enviar recursos para a cidade e o povo vai votar nele. Esse nosso trabalho serviu também para a Câmara Municipal e serviu para mim. Hoje o povo de Ivinhema só vota em quem está entregando.
Você disse que uma estrada em má conservação lhe colocou na política. Como estão as estradas do município hoje em dia?
Eu sou o prefeito que mais consertou e cascalhou estrada rural na história do município de Ivinhema. Eu sou o prefeito que mais está fazendo asfalto na história da cidade. Eu vou deixar meu segundo mandato com Ivinhema e o distrito de Amandina praticamente 100% pavimentados. Quando cheguei à prefeitura de Ivinhema, a cidade tinha só 62% das ruas pavimentadas, já no meu primeiro mandato eu deixei praticamente com 90%.
No ano passado, a Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou um relatório que aponta sobrepreço na compra de merenda escolar na cidade. O que houve de fato?
Em primeiro lugar, sou quem faz a licitação, não sou quem vende. Temos uma equipe ali, entende? No dia em que fizemos o pregão eletrônico, o menor preço que havia era aquele e a empresa que ofereceu aquele preço foi a ganhadora. Há coisas que mostram a realidade do momento. Eu, por exemplo, já comprei um copo para minha casa por R$ 3 a unidade [ele exemplifica segurando um copo de vidro], mas pode ocorrer de eu solicitar um copo para a prefeitura e o menor preço ser R$ 10 – e eu tenho que ficar com ele a este preço porque o cara ganhou a licitação. Isso não ocorre só em Ivinhema, mas no poder público de todo o Brasil, como também pode ocorrer de a prefeitura pagar R$ 2 em um copo que custa R$ 3 para o consumidor.
Agora, nós licitamos não sei quantos itens na prefeitura, é muita coisa. O prefeito, ele não sabe dizer quanto está pagando em um quilo de carne. Dizer que eu sei qual o valor de tudo que é comprado seria mentira. Nenhum prefeito sabe. Mas a gente faz a licitação, homologada, tudo certinho. E, também, se estiver errada não tem problema nenhum.
Mas, ainda sobre este assunto, o resultado é que hoje eu sirvo uma merenda de qualidade, é a melhor merenda da história de Ivinhema que está sendo servida, porque a gente mudou a educação do município.
Se você for a uma escola nossa, verá que todas as escolas estão sendo reformadas ou construídas. Eu gastei R$ 8 milhões para construir a maior escola do município. Se você entra na escola com seu filho, eu dou calça, camiseta, short, saia, o uniforme completo. Eu dou todo o material escolar para ele, e tem ar condicionado em todas as salas. E mais: além de melhorar a qualidade de toda a rede escolar, eu ainda aumentei o salário do professor lá em Ivinhema em 52%.
Agora, você acha que eu vou pegar uma licitação e mexer em valor de carne?
Você é hoje o maior influencer de Mato Grosso do Sul. Como você chegou a mais de 1 milhão de seguidores em uma de suas redes sociais?
Olha, hoje em minhas redes eu tenho mais de 20 milhões de acessos [impressões] a cada 30 dias. A minha rede é a maior hoje em Mato Grosso do Sul, a maior rede entre políticos. Eu sou o terceiro prefeito mais seguido do Brasil, só perco para o João Campos [PSB], de Recife [PE], e para o Rodrigo Manga [Republicanos], de Sorocaba [SP].
E como você atingiu esses altos números?
Em primeiro lugar, pelo meu trabalho, eu creio. Porque se eu fosse um prefeito ruim, as pessoas não estavam me seguindo, não é mesmo? Então, o meu trabalho, as minhas entregas, as obras acontecendo, isso tudo é o meu diferencial. Mas eu também sou um político diferente. Penso que a população está enojada da mesma classe política, daquela política protocolar.
E eu, Juliano, gosto de diversificar, fazer algumas brincadeiras, muitos já conhecem “o mais louco do Brasil”, “o barraco assombrado”. Então, se você entra na minha rede social, você vê de tudo. E eu sou uma pessoa extrovertida, uma pessoa feliz, uma pessoa que brinca bastante nas horas vagas, mas que tem um trabalho sério. E assim eu fui ganhando o carisma das pessoas.
Eu sou uma pessoa de fácil acesso, faço muitas amizades, e consegui transportar isso para a rede social. Por isso, o número de seguidores foi aumentando, um processo que foi acontecendo naturalmente. Hoje, digo que as pessoas que me assistem pela rede social se sentem meus amigos, porque eu encontro muitas vezes – aqui no Estado e fora do Estado também – pessoas que chegam e vêm tirar foto.
Esse é o carisma que eu consigo passar por meio do celular. É a confiança. Você vê um monte de polêmica que me colocaram, e mesmo assim é o período que eu mais estou crescendo na internet. Já me lançaram até como pré-candidato a governador, não é?
A política é muito dinâmica...
É. É que nem sempre eu falei. Eu falei naquela entrevista [para a jornalista Mariana Rocha] que eu tenho um sonho de ser governador. Mas se é em 2026, se é em 2030, só o tempo vai dizer. Política se faz construindo boas alianças. Eu tenho o meu líder maior, que é o ex-governador Reinaldo Azambuja [PSDB], além do seu Zé Teixeira [PSDB] e do Nelsinho Trad [PSD]. Eu não movo uma pedra sem o aval deles.
Qual sua opinião sobre se há uma brecha a você para algum cargo eletivo – deputado estadual/federal, senador ou governador – já nas eleições de 2026?
É o povo sul-mato-grossense que fala para aonde vai, não? É assim, onde a gente vê que tem espaço e momento, a gente vai para cima. [Eu tenho] capacidade administrativa e boa gestão pública. Peguei um município quebrado, afundado, sucateado, era uma cidade totalmente bagunçada, e no período de quatro anos e quatro meses eu fiz, e ela virou uma potência em MS.
É uma das cidades que mais crescem em volume de empresas abertas. Vou te dar um número: foram 35% de CNPJs a mais em quatro anos, um aumento de arrecadação de 150%. Então, administrar a cidade eu já mostrei. Quem sabe também um dia podemos estar administrando o Estado, não é?
Você também tem muito engajamento em ações sociais. Isso também explica o seu sucesso nas redes?
Eu, graças a Deus, quando entrei na política, já tinha uma condição de vida boa. Eu comecei a trabalhar muito cedo, saí de casa com 15 anos. Eu já era um cara bem de vida, mas nunca deixei minhas origens. Eu vim da quebrada, da favela. Morei e vim do sítio. Minha avó morava lá no Guimarães, que é um bairro considerado mais fraquinho na cidade. Eu fui criado nesse bairro, e até hoje meus amigos moram lá.
Eu nunca mudei minha origem. Antes de eu ser político, mesmo tendo ganhado dinheiro, eu sempre fiz questão de permanecer com as minhas origens, com as minhas raízes. Hoje sou político e continuo com meus amigos, que são os mesmos de antes. Tem o pessoal do sítio que eu conheço muito.
Na prefeitura, você recebe da mesma maneira um político e uma pessoa mais simples?
Eu recebo ela [essa pessoa] na minha casa. Ela almoça, janta comigo. Se tiver calor, a gente até toma um banho de piscina lá. A gente não tem que fazer diferença. Eu vou te falar uma coisa: eu gosto às vezes de receber mais uma pessoa simples, humilde, que é de bom coração, do que às vezes uma pessoa que é empresário forte, mas que tem um coração mal. O que manda não é o poder aquisitivo, é o coração.
Suas redes sociais hoje são um ativo eleitoral. Há quem diga que sejam até um canhão. Mesmo assim, você vai continuar na prefeitura até 2028?
Eu, na verdade, tenho a intenção de terminar o meu mandato. Mas hoje a gente pensa uma coisa, amanhã pensa outra, entendeu? Eu preciso ser reconhecido pelo meu grupo político.
Eu já falei e vou voltar a falar. Eu sofri ataques de dentro do grupo, fogo amigo, punhalada nas costas, e eu vou deixar bem frisado. Se nenhuma providência for tomada, eu vou tomar outros caminhos. O que eu quero? Eu sou Eduardo Riedel, eu sou Reinaldo Azambuja, só que eu não posso deixar ser apunhalado.
Na verdade, todo mundo sabe que meu adversário é o Tuta, ex-prefeito de Ivinhema, e hoje ele está na Casa Civil, e o governo vai ter que escolher: ou vai ficar com um ex-prefeito ou vai ficar com um prefeito estadual. Porque se o governador nosso permanecer com um cara que está me atacando pelas costas, que está armando para cima de mim, então, não precisa de mim.
Eu sou um tipo de pessoa que morre e mata pelos meus companheiros, pelo meu grupo político, pelo meu governador e pelas minhas lideranças. Sou pau para toda obra e sou fiel. Eu sou submisso aos meus líderes, não tenho problema nenhum em baixar a guarda. Eu sei o valor que eu tenho, eu sei a potência que eu sou no Estado, eu sei do meu carisma com a população e eu sei aonde posso chegar.
Eu só quero ser prestigiado, ser atendido, levar o resultado da minha administração para o meu povo e ser honrado, e não apunhalado. E se tudo der certo, a gente vai terminar o mandato e vem aí 2030. Agora, se nada acontecer, fica assim, no tudo pode acontecer.
Você também é cantor?
Meu pai foi o primeiro artista a gravar CD lá em Ivinhema.
E eu tenho música gravada com a dupla Vitor & Matheus, eu tenho música gravada com o Loubet. Tenho também uma apresentação que faço com acompanhamento de um DJ, mas eu sou mais showman.
Fonte: Correio do EstadoO terceiro prefeito mais popular nas redes sociais do Brasil é de Mato Grosso do Sul. Juliano Ferro, prefeito de Ivinhema, filiado ao PSDB de Reinaldo Azambuja, no auge da meia-idade, com 42 anos, não esconde que pretende galgar cargos com mais status e projeção na política. O objetivo dele é ser governador.
“Eu tenho um sonho de ser governador. Mas, se será em 2026, se será em 2030, só o tempo vai dizer”, afirmou, deixando um mistério que deve durar até o período pré-eleitoral.
Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, Juliano Ferro, que proclama ser “o prefeito mais louco do Brasil”, explica por que se tornou tão popular e por que hoje disputa eleições e os votos dos eleitores. “Eu entrei para a política porque tinha um mau gestor em Ivinhema”.
Juliano Ferro também demonstra ousadia, o que o leva a fazer jus ao apelido que deu a si mesmo. Mandou recado direto à gestão de seu correligionário Eduardo Riedel (PSDB), governador do Estado, e pediu a cabeça de seu desafeto, que também já foi tucano, Eder Uilson França Lima, o Tuta, seu antecessor na prefeitura, que atualmente tem cargo de comissão na Secretaria da Casa Civil, com um salário de R$ 24,7 mil.
“Se o governador nosso permanecer com um cara que está me atacando pelas costas, que está armando para cima de mim, então, não precisa de mim”, disparou.
Juliano, gostaríamos que contasse sua história para nós, sobretudo a anterior ao seu ingresso na política.
Eu sou nascido e criado em Ivinhema, sou filho da terra. Mas eu morei um tempo no Pará, quase cinco anos, na cidade de Belém. Quando eu saí de Ivinhema, eu já tinha uma loja de carros e também mexia com caminhão. Eu também tinha umas cinco lojas de carro, mexia com caminhão e também tinha montado uma empresa de reparo de veículos. Eu comprava carros para 80 garagistas lá em Belém do Pará, de onde eu repassava os carros para os estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná. E foi aí que eu morei lá. De lá de Belém eu voltei para Ivinhema, e foi quando entrei na política.
E como você entrou para a política?
Eu entrei para a política porque tinha um mau gestor em Ivinhema. Na época, o prefeito era o Eder Uilson, mais conhecido como Tuta. Ele estava no primeiro mandato dele e buscava a reeleição, e ao lado da minha casa tinha uma estrada em má conservação. Eu não conseguia entrar na minha casa por causa dessa estrada. Pois eu passei dois anos pedindo para ele arrumar a estrada, e ele não arrumou. Foi então que eu fiz um vídeo falando, e esse vídeo teve muito engajamento, as pessoas foram vendo, e então eu comecei a mostrar a realidade da cidade. Quando faltava 60 dias para aquela eleição, eu estava para voltar para Belém do Pará e o pessoal me procurou e falou: “Saia candidato”. Pois eu saí candidato e entrei na política, tudo isso, graças a um gestor ruim.
E hoje você tem uma grande aprovação na cidade?
Olha, eu fui reeleito com praticamente 82% dos votos. Isso mostra que o povo está conosco, e por quê? Porque hoje a população de Ivinhema não é mais boba. Você não pode mais chegar lá [ocupar um cargo público] e ir contando história bonita. Como prefeito de Ivinhema, a gente trabalha para a população e ela reconhece quem soma para o município. É igual para deputado estadual, federal, o governo... Hoje o povo sabe quem está ajudando no crescimento da cidade, quem está ajudando no desenvolvimento. Não é mais qualquer deputado que já tirou voto de lá e que agora volta sem enviar recursos para a cidade e o povo vai votar nele. Esse nosso trabalho serviu também para a Câmara Municipal e serviu para mim. Hoje o povo de Ivinhema só vota em quem está entregando.
Você disse que uma estrada em má conservação lhe colocou na política. Como estão as estradas do município hoje em dia?
Eu sou o prefeito que mais consertou e cascalhou estrada rural na história do município de Ivinhema. Eu sou o prefeito que mais está fazendo asfalto na história da cidade. Eu vou deixar meu segundo mandato com Ivinhema e o distrito de Amandina praticamente 100% pavimentados. Quando cheguei à prefeitura de Ivinhema, a cidade tinha só 62% das ruas pavimentadas, já no meu primeiro mandato eu deixei praticamente com 90%.
No ano passado, a Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou um relatório que aponta sobrepreço na compra de merenda escolar na cidade. O que houve de fato?
Em primeiro lugar, sou quem faz a licitação, não sou quem vende. Temos uma equipe ali, entende? No dia em que fizemos o pregão eletrônico, o menor preço que havia era aquele e a empresa que ofereceu aquele preço foi a ganhadora. Há coisas que mostram a realidade do momento. Eu, por exemplo, já comprei um copo para minha casa por R$ 3 a unidade [ele exemplifica segurando um copo de vidro], mas pode ocorrer de eu solicitar um copo para a prefeitura e o menor preço ser R$ 10 – e eu tenho que ficar com ele a este preço porque o cara ganhou a licitação. Isso não ocorre só em Ivinhema, mas no poder público de todo o Brasil, como também pode ocorrer de a prefeitura pagar R$ 2 em um copo que custa R$ 3 para o consumidor.
Agora, nós licitamos não sei quantos itens na prefeitura, é muita coisa. O prefeito, ele não sabe dizer quanto está pagando em um quilo de carne. Dizer que eu sei qual o valor de tudo que é comprado seria mentira. Nenhum prefeito sabe. Mas a gente faz a licitação, homologada, tudo certinho. E, também, se estiver errada não tem problema nenhum.
Mas, ainda sobre este assunto, o resultado é que hoje eu sirvo uma merenda de qualidade, é a melhor merenda da história de Ivinhema que está sendo servida, porque a gente mudou a educação do município.
Se você for a uma escola nossa, verá que todas as escolas estão sendo reformadas ou construídas. Eu gastei R$ 8 milhões para construir a maior escola do município. Se você entra na escola com seu filho, eu dou calça, camiseta, short, saia, o uniforme completo. Eu dou todo o material escolar para ele, e tem ar condicionado em todas as salas. E mais: além de melhorar a qualidade de toda a rede escolar, eu ainda aumentei o salário do professor lá em Ivinhema em 52%.
Agora, você acha que eu vou pegar uma licitação e mexer em valor de carne?
Você é hoje o maior influencer de Mato Grosso do Sul. Como você chegou a mais de 1 milhão de seguidores em uma de suas redes sociais?
Olha, hoje em minhas redes eu tenho mais de 20 milhões de acessos [impressões] a cada 30 dias. A minha rede é a maior hoje em Mato Grosso do Sul, a maior rede entre políticos. Eu sou o terceiro prefeito mais seguido do Brasil, só perco para o João Campos [PSB], de Recife [PE], e para o Rodrigo Manga [Republicanos], de Sorocaba [SP].
E como você atingiu esses altos números?
Em primeiro lugar, pelo meu trabalho, eu creio. Porque se eu fosse um prefeito ruim, as pessoas não estavam me seguindo, não é mesmo? Então, o meu trabalho, as minhas entregas, as obras acontecendo, isso tudo é o meu diferencial. Mas eu também sou um político diferente. Penso que a população está enojada da mesma classe política, daquela política protocolar.
E eu, Juliano, gosto de diversificar, fazer algumas brincadeiras, muitos já conhecem “o mais louco do Brasil”, “o barraco assombrado”. Então, se você entra na minha rede social, você vê de tudo. E eu sou uma pessoa extrovertida, uma pessoa feliz, uma pessoa que brinca bastante nas horas vagas, mas que tem um trabalho sério. E assim eu fui ganhando o carisma das pessoas.
Eu sou uma pessoa de fácil acesso, faço muitas amizades, e consegui transportar isso para a rede social. Por isso, o número de seguidores foi aumentando, um processo que foi acontecendo naturalmente. Hoje, digo que as pessoas que me assistem pela rede social se sentem meus amigos, porque eu encontro muitas vezes – aqui no Estado e fora do Estado também – pessoas que chegam e vêm tirar foto.
Esse é o carisma que eu consigo passar por meio do celular. É a confiança. Você vê um monte de polêmica que me colocaram, e mesmo assim é o período que eu mais estou crescendo na internet. Já me lançaram até como pré-candidato a governador, não é?
A política é muito dinâmica...
É. É que nem sempre eu falei. Eu falei naquela entrevista [para a jornalista Mariana Rocha] que eu tenho um sonho de ser governador. Mas se é em 2026, se é em 2030, só o tempo vai dizer. Política se faz construindo boas alianças. Eu tenho o meu líder maior, que é o ex-governador Reinaldo Azambuja [PSDB], além do seu Zé Teixeira [PSDB] e do Nelsinho Trad [PSD]. Eu não movo uma pedra sem o aval deles.
Qual sua opinião sobre se há uma brecha a você para algum cargo eletivo – deputado estadual/federal, senador ou governador – já nas eleições de 2026?
É o povo sul-mato-grossense que fala para aonde vai, não? É assim, onde a gente vê que tem espaço e momento, a gente vai para cima. [Eu tenho] capacidade administrativa e boa gestão pública. Peguei um município quebrado, afundado, sucateado, era uma cidade totalmente bagunçada, e no período de quatro anos e quatro meses eu fiz, e ela virou uma potência em MS.
É uma das cidades que mais crescem em volume de empresas abertas. Vou te dar um número: foram 35% de CNPJs a mais em quatro anos, um aumento de arrecadação de 150%. Então, administrar a cidade eu já mostrei. Quem sabe também um dia podemos estar administrando o Estado, não é?
Você também tem muito engajamento em ações sociais. Isso também explica o seu sucesso nas redes?
Eu, graças a Deus, quando entrei na política, já tinha uma condição de vida boa. Eu comecei a trabalhar muito cedo, saí de casa com 15 anos. Eu já era um cara bem de vida, mas nunca deixei minhas origens. Eu vim da quebrada, da favela. Morei e vim do sítio. Minha avó morava lá no Guimarães, que é um bairro considerado mais fraquinho na cidade. Eu fui criado nesse bairro, e até hoje meus amigos moram lá.
Eu nunca mudei minha origem. Antes de eu ser político, mesmo tendo ganhado dinheiro, eu sempre fiz questão de permanecer com as minhas origens, com as minhas raízes. Hoje sou político e continuo com meus amigos, que são os mesmos de antes. Tem o pessoal do sítio que eu conheço muito.
Na prefeitura, você recebe da mesma maneira um político e uma pessoa mais simples?
Eu recebo ela [essa pessoa] na minha casa. Ela almoça, janta comigo. Se tiver calor, a gente até toma um banho de piscina lá. A gente não tem que fazer diferença. Eu vou te falar uma coisa: eu gosto às vezes de receber mais uma pessoa simples, humilde, que é de bom coração, do que às vezes uma pessoa que é empresário forte, mas que tem um coração mal. O que manda não é o poder aquisitivo, é o coração.
Suas redes sociais hoje são um ativo eleitoral. Há quem diga que sejam até um canhão. Mesmo assim, você vai continuar na prefeitura até 2028?
Eu, na verdade, tenho a intenção de terminar o meu mandato. Mas hoje a gente pensa uma coisa, amanhã pensa outra, entendeu? Eu preciso ser reconhecido pelo meu grupo político.
Eu já falei e vou voltar a falar. Eu sofri ataques de dentro do grupo, fogo amigo, punhalada nas costas, e eu vou deixar bem frisado. Se nenhuma providência for tomada, eu vou tomar outros caminhos. O que eu quero? Eu sou Eduardo Riedel, eu sou Reinaldo Azambuja, só que eu não posso deixar ser apunhalado.
Na verdade, todo mundo sabe que meu adversário é o Tuta, ex-prefeito de Ivinhema, e hoje ele está na Casa Civil, e o governo vai ter que escolher: ou vai ficar com um ex-prefeito ou vai ficar com um prefeito estadual. Porque se o governador nosso permanecer com um cara que está me atacando pelas costas, que está armando para cima de mim, então, não precisa de mim.
Eu sou um tipo de pessoa que morre e mata pelos meus companheiros, pelo meu grupo político, pelo meu governador e pelas minhas lideranças. Sou pau para toda obra e sou fiel. Eu sou submisso aos meus líderes, não tenho problema nenhum em baixar a guarda. Eu sei o valor que eu tenho, eu sei a potência que eu sou no Estado, eu sei do meu carisma com a população e eu sei aonde posso chegar.
Eu só quero ser prestigiado, ser atendido, levar o resultado da minha administração para o meu povo e ser honrado, e não apunhalado. E se tudo der certo, a gente vai terminar o mandato e vem aí 2030. Agora, se nada acontecer, fica assim, no tudo pode acontecer.
Você também é cantor?
Meu pai foi o primeiro artista a gravar CD lá em Ivinhema.
E eu tenho música gravada com a dupla Vitor & Matheus, eu tenho música gravada com o Loubet. Tenho também uma apresentação que faço com acompanhamento de um DJ, mas eu sou mais showman.